São aqueles em que o mundo está prenhe de nada e faz um frio por dentro que desanima de forma persistente. A escrita de nós é escassa e dolorosa. Pedimos um nascer do sol que não chega, o escuro é envolvente, o silêncio pesado. Dias vazios são dias vazios de objectivos, ou apenas com os pragmáticos de sobrevivência. São aqueles dias nus em que todos saíram para um lado qualquer e nos deixaram a sufocar por alguma razão sem dar importância aos gritos surdos. Dias vazios são os que se esvaziam docemente, com paternalismo pela nossa dor, são os que vão embora de mansinho porque não acreditam que depois de tudo tão vazio não iremos regressar a nós mesmos. Nem mesmo poderemos ter o desejo de querer um dia novo. Mais nada vazio, mais nada. Não quero mais nada vazio de mim.
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