Encontrei hoje, ao procurar bibliografia de trabalho, uma pequena brochura com desenhos de Rodin e textos de Rainer Maria Rilke. Aconselho vivamente a sua leitura. Primeiro, porque se trata de um hino à criatividade e à liberdade de expressão. Igualmente, pela relação fantástica mestre / pupilo que hoje é escarnecida e envergonhada, embaraçada nas clientelas académicas, artísticas ou políticas dos nossos dias pequeninos e comezinhos. Rodin de 64 anos, no auge da sua criatividade, trabalhou com o jovem poeta durante cerca de um ano. Os seus desenhos eróticos são um elogio à beleza do corpo humano e à sensibilidade e sensualidade. Em simultâneo expressam uma inocência tão grande que Rilke produz, por eles inspirado, textos fabulosos sobre a pureza do amor, sobre a magnificência de um acto institucionalizado, preocupante, que deve ser libertado para a sua critiavidade, para a sua dignidade de acto único no encontro do ser humano enquanto criador e objecto de dedicação e inspiração.
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O Centro Cultural de Belém é ainda dos poucos redutos de Lisboa com uma função hipnótica de descanso, quando se procura a abstracção, quem sabe a concentração, a inspiração, o repouso, no meio de um dia atribulado. Estava frio no Jardim das Oliveiras. Procurei o frio e a solidão, possuída pelo livro belo que me encontrara e descansei no meio dos pardais que brincavam com os meus pensamentos soltos, puxando-os para histórias de infância.
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Dias há, no nosso urgente meio urbano, na nossa apressada corrida para nenhures, em que são verdadeiras reanimações físicas e emocionais, estas procuras de locais escondidos, de ventres da cidade. Todos os temos. Ninguém colide com ninguém, nestas dimensões paralelas, Avalons escondidos no meio de sons de comboios que passam, de aviões que despenham o nosso desprezo por quem corre mais que o pensamento e a seriedade com que tudo deve ser levado. Conhecem-se pessoas bonitas. Esbarra-se em alguém, outro alguém sorri, crianças gritam, casais abraçam-se no frio apressado do fim da tarde. Todos procuramos algo, todos transparentes.
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Bonito, o livro, a tarde, o frio. Momentos de Paixão. "De flores e animais e raparigas nasceu uma essência do ser e um extremo de amor e sofrimento e suspensão e bem-aventurança, e basta um aceno de azul.."
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O Centro Cultural de Belém é ainda dos poucos redutos de Lisboa com uma função hipnótica de descanso, quando se procura a abstracção, quem sabe a concentração, a inspiração, o repouso, no meio de um dia atribulado. Estava frio no Jardim das Oliveiras. Procurei o frio e a solidão, possuída pelo livro belo que me encontrara e descansei no meio dos pardais que brincavam com os meus pensamentos soltos, puxando-os para histórias de infância.
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Dias há, no nosso urgente meio urbano, na nossa apressada corrida para nenhures, em que são verdadeiras reanimações físicas e emocionais, estas procuras de locais escondidos, de ventres da cidade. Todos os temos. Ninguém colide com ninguém, nestas dimensões paralelas, Avalons escondidos no meio de sons de comboios que passam, de aviões que despenham o nosso desprezo por quem corre mais que o pensamento e a seriedade com que tudo deve ser levado. Conhecem-se pessoas bonitas. Esbarra-se em alguém, outro alguém sorri, crianças gritam, casais abraçam-se no frio apressado do fim da tarde. Todos procuramos algo, todos transparentes.
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Bonito, o livro, a tarde, o frio. Momentos de Paixão. "De flores e animais e raparigas nasceu uma essência do ser e um extremo de amor e sofrimento e suspensão e bem-aventurança, e basta um aceno de azul.."
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