"Sigo às vezes em mim , imparcialmente, essas coisas deliciosas e absurdas que eu não posso ver, porque são ilógicas à vista - pontes sem donde nem para onde, estradas sem princípio nem fim, paisagens invertidas - o absurdo, o ilógico, o contraditório, tudo quanto nos desliga e nos afasta do real e do seu séquito disforme de pensamentos práticos e sentimentos humanos e desejos de acção útil e profíqua. O absurdo salva de chegar a pesar de tédio aquele estado de alma que começa por se sentir a doce fúria de sonhar"
Bernardo Soares, O Livro do Desassossego.
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