As papoilas, claro, muito mais frágeis e no entanto o que cortamos são árvores. As papoilas, inúteis de tão belas e as árvores cheias de potência de sombra, resina, frutos, madeira e com o tempo contado para as desendeusarmos. Nas papoilas talvez bichos pequeninos, nas árvores até os homens podem morar. E no entanto, a fragilidade perene, as semelhanças da dor e da cor de sangue e de vida, as nossas histórias que podiam incluir uma de amor entre duas espécies vegetais se fossemos cientistas que não somos e por isso podemos, apenas, ficar um bocadinho tristes todos os dias em que se perdem as qualidades complementares e inúteis que constituem os sentimentos dos nossos pequenos mundos.
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