Verão como ontem foi o primeiro de muitos dias de praia, embora não possa apanhar sol, sempre há esplanadas, verão. Verão como sem café e sem cigarros se pode estar numa esplanada a ler calmamente, de chapéu para tapar a cicatriz, com a descontração possível de um gesto velho armado em novidade, verão. Verão como o medo passa com o afagar do mar nos meus pés em quase hora de jantar, como o medo passa dos males e da solidão, como a solidão foge pelas ondas dentro, como o mar acompanha os passos retomados com tanta gente em torno e eu sem os ver, sem os ver. Verão como consigo. Verão como em cada dia uma vida, verão como em cada onda um universo, verão como consigo não sei quê que me sabe a conquista, verão como em cada Verão um eu diferente, mais anos, mais e menos sorrisos, os passos mais lentos, mais cuidados, toda a vida é um despedir do mundo, não veem?
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