sexta-feira, 24 de fevereiro de 2006

O meu livro por um marcador!


Ideários, cheiros, lembranças, associações, num pedaço de cartão ou de tecido ou de metal - as variantes são inúmeras - mas sobretudo o amor da leitura simbolizado num marcador de livro.

Estigma é marca, diz Goffman, mas marca pode ser também paragem. Para pensar, para descansar, para reflectir, para escrever. Quantos marcadores usaria D. Quixote, homem de releituras, na sua biblioteca?

Gosto de marcadores e colecciono-os. Feitos à mão, estampados com objectivos comerciais de divulgação editorial, produzidos por entidades e associações diversas para angariar fundos, por artistas para marcar a sua criatividade em mais uma forma de olhar. Todos têm um ponto de união: a diferença entre a página querida ou a separação entre a página que já se leu e a que se segue. De qualquer forma, a identificação de um ponto de leitura ou de escrita, com uma componente estética forte, com uma componente afectiva maior ou menor.

São lanças que abrem as defesas dos textos a que ainda não chegámos. São asas, são mapas que nos conduzem para caminhos conhecidos e necessários - nunca tiveram urgência em reler algo?

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