domingo, 27 de abril de 2008

O voo das abelhas nos dias rápidos demais















Tantos dias sem escrever, tantos dias com os movimentos parados, olho o voo das abelhas em torno da minha janela, lembro o cidadão Muybridge, um artista, que se dedicou a parar as acções, analisar os tropeços e inconsequências das coisas banais e de outras que importam fixando-as atentamente, sabendo olhar e ver e mostrar.

Outros escreveram nestes dias, outros cidadãos, Kátia Catulo, bom trabalho, saber ouvir.

Dias de recordar o que é escrever e não poder ser lido, dias de recordar o que é compor e não poder cantar. Merecia bem mais empenho a cerimónia de dia 25 na RTP 1. Mas chegou-me ouvir a Pedra Filosofal (en)cantada por Manuel Freire e sentir que valia a pena.

Para lá do visível são as sensações, dias cheios, dias férteis, ressaca de coisas a mais, ressaca de mim, olho o livro de outros passeios sem ser o de Kátia, olho a capa que guarda a narrativa do cego Holman.

Nos dias que guardam muitos dias, dias a mais, o tempo nunca é de menos para sentir a persistência dos homens.

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