sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Quando as palavra são demais


Falam os olhos e as mãos também, e assim os caracóis soltos do cabelo, se for uma criança ou alguém muito puro que nos cai no colo e se cuida porque sim.

Quando não se fala é-se expressivo demais, pode-se chorar ou sorrir ou dar a mão. Com medo ou sem. O medo tempera a ansiedade, a calma chega depois, como um parar de respirar porque não é mais preciso.

A arte do silêncio e o romantismo que dela faz parte foram abandonados há muito. Nos primórdios do cinema, a mensagem era tão nítida que o mundo tinha contornos de tabuleiro de xadrez, exactos, os bons, os maus, o longe e o perto. Em décadas, o som invadiu as telas e as próprias imagens passaram a ser múltiplas e previsíveis.

De vez em quando temos dias surpresa que não sabemos donde chegam. A mensagem vem do espaço ou de perto, a origem não interessa, o mundo fica, de facto melhor. As princesas da cidade também passeiam livros de colorir sem legendas, a princesa Pixar anda a dar cartas.

Dias de rir e sorrir, de parar e silenciar, de recordar tradições, renovar infâncias e amar de manhã ao entardecer do dia, de beijar a lua por um quadradinho da cerca que saltamos quando queremos.

Somos do tamanho do que vemos e não da nossa altura. Em poucas palavras, explicam os poetas que queremos ser.

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