Quase quatro anos depois... Releio as minhas palavras de fecho do post anterior e chego à conclusão que não sabemos de nada dos nossos dias. Como está o mundo em 2020? Uma pandemia de Coronavírus tem meio mundo em quarentena e a outra metade para lá se encaminha. Muitos mortos, muitos infectados, alguns - felizmente - recuperados. Não há vacina.
Para epidemias e pandemias não há como médicos para saber e historiadores para analisar. Muito trabalhámos sobre dados de tifo, cólera, febre amarela, pneumónica. Mas agora somos nós que fazemos parte dos dados. São as nossas famílias, os nossos amigos, o mundo cresceu, tornou-se global, falo quase diariamente com amigos de todo o mundo.
Somos nós, sou eu, como tantos outros, que estou em quarentena porque sou de um grupo de risco (coração + hipertensão + autoimune).
Falamos ao telefone, usamos as redes sociais, ouvimos palavras que nos soam estranhas. Como se tivéssemos acordado num casulo, num corpo de outrém, noutro tempo e espaço.
Revemos as dispensas, os medicamentos, revemos as notícias dos que amamos, registamos pensamentos, voltamos à escrita infantil dos blogs, diários sem chave, idealistas. Trabalhamos com uma concentração estranha, falsa.
Só quero que isto acabe - sentimento global. Voltarei. Vou aqui à divisão do lado fazer o almoço.
Tão pequeno e tão grande o nosso mundo por estes dias. Que não nos falte a esperança.
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