sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Zangam-se as comadres




Hoje não resisto... Por demais, as discussões sobre as alterações aos impostos sobre rendimentos dos cidadãos portadores de deficiência. A meu ver, o nonsense completo. O que deviam ser movimentos de discussão associativa são batalhas pela auto-promoção individual ou mesmo publicidade pessoal ou institucional, o que é grave. Nos blogs, movimentos de apoio. Nas listas, outras batalhas, de retórica, que implicam moderação, o que é muito triste. No fim, ninguém levará a sério movimentos desconexos por muita razão que tenham. E entristece-me pensar que os movimentos associativos no nosso país estão corrompidos, que as iniciativas da sociedade civil nenhum peso exercem. Vivemos na ditadura dos interesses do mais forte. Tipo cadeia alimentar. Em paralelo, quem quer fazer algo, faz à margem da estrada principal e pela ternura. Não conta com os outros nem com o estado. Não acredita já em deveres nem em direitos, entra na via da acção directa. Não é criticável. Criticáveis são as zangas de comadres de quem é inconsciente. Momentos de união precisam-se. Evitem-se as reuniões e debates e promova-se o trabalho de grupo eficiente (sem d) para que os direitos que já são tão poucos consigam ser, se não alargados, pelo menos mantidos. É que quando lutamos, há outros que não podem sequer exprimir a sua opinião e estão dependentes do nosso empenho e sentido de humanidade.

Desgostos:

1. Inconsciência de quem devia estar informado;
2. Existência de um estado de ditadura, de actuação impune e consensual;
3. Incapacidade absoluta de união e organização dos portugueses em movimentos coerentes de intervenção quanto aos seus direitos.

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