domingo, 7 de maio de 2006

Baldas

Não é uma crónica do MEC. É que me estou a sentir balda e preciso de conforto. Em desespero de causa, porque afónica, o tabaco sabe-me mal, os antibióticos que se vendem por aí são do tamanho de autocarros e odeio estar desactivada. É pois um ataque de autocomiseração, o que me não acontece com frequência. Desculpem lá, também sou gente de vez em quando.

Com febre na sexta, claro que não conseguia conduzir de Oeiras a Lisboa, quanto mais até Portalegre. A aula perspectivava-se útil e é sempre bom ir trocando impressões com os colegas. Fiquei por cá, meia estragada. Nem me serve de nada falar alguma coisa de LGP porque só o meu filho é que percebe. Os meus amigos, esses, dizem que uma mulher afónica é uma benção dos céus. Sobretudo no meu caso...

Sinto-me baldas. Mas cheguei aqui, onde se escreve dos dedos para quem queira e vi que tinha muitos e bons amigos a perguntar por mim - obrigado. O meu filho e o João encheram-me de mimo, até porque hoje é o tal de dia da Mãe, mais uma daquelas efemérides comemorativas que me coibo de comentar, mas que são fixes quando estamos neuras e precisamos de atenção.

Amanhã vou trabalhar, nem que tussam todas as vacas da Cow Parade. Não gosto de baldas. O que me lembra um episódio curioso há uns anos, num café frente à Secretaria-Geral do Ministério das Finanças, na Rua da Alfândega, em que o Sr. Carlos me serviu um comovido café, quase em lágrimas, murmurando: "há tantos anos a servir os doutores aqui dos ministérios e nunca vi ninguém vir trabalhar de braço partido...". Sossegue, Senhor Carlos, o seu desvelo pode ser alargado a muitos portugueses que não são baldas.

Tenho saudades dessa altura em que fiz 30. Até porque para a semana faço 40. Sem baldas...

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