Falar do trigo e não dizer
o joio.
Percorrer em voo raso os campos
sem pousar
os pés no chão.
Abrir um fruto e sentir
no ar o cheiro a alfazema.
Pequenas coisas,
dirás, que nada
significam perante
esta outra, maior: dizer
o indizível. Ou esta:
entrar sem bússola
na floresta e não perder
o rumo. Ou essa outra, maior
que todas e cujo
nome por precaução
omites. Que é preciso,
às vezes,
não acordar o silêncio.
Albano Martins
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