"Um título é parte integral de uma história. Porque não? No fim de tudo, a vida não é uma resposta. restam ambiguidades. Resta o espaço para a dúvida." Isaac Asimov, Mensagens do Futuro.
quarta-feira, 29 de agosto de 2007
domingo, 26 de agosto de 2007
Livres?
Outros antes de nós tentaram o mesmo esforço: dente por dente: não, nunca olhar de soslaio e manter a cabeça escarlate, o vómito nos pulsos por cada noite roubada; nem um minuto para a glória da pele. Despertar de lado: olho por olho: conservar a família em respeito, a esperança à distância de todas as fomes, o corno de cada dia nos intestinos. Aos dezoito anos, aos vinte e oito, a vida posta à prova da raiva e do amor, os olhos postos à prova do nojo. Entrar de costas no festival das letras, abrir passagem a golpes de fígado para a saída do escarro. Se não temos saúde bastante sejamos pelo menos doentes exemplares. Fora do meu reino toda a pobreza, toda a ascese que gane aos artelhos dos que rangem os dentes; no meu reino apenas palavras provisórias, ódio breve e escarlate. Nem um gesto de paciência: o sonho ao nível de todos os perigos. Pelo meu relógio são horas de matar, de chamar o amor para a mesa dos sanguinários. Dente por dente: a boca no coração do sangue: escolher a tempo a nossa morte e amá-la.
A World Wide Web é, neste momento, o maior repositório de conhecimento humano, quer se goste quer não. Como numa gigantesca e anárquica biblioteca é necessário filtrar informação. A liberdade passa por escolhas, quer do lado do produtor quer do lado do consumidor. Mas aqui entra uma nova personagem, que pensei que já estivesse ultrapassada. Há vários tipos de censura. A auto-censura ou comedimento que podemos ter na escrita, em conteúdos e formas. A censura ética, ou seja, preocupações com meios de difusão de informação - como sejam a usabilidade e acessibilidade - ou tipo de conteúdos que possam ser mais ou menos relevantes, mais ou menos correctos. Também, a censura social: um blog feito para difundir as vantagens do consumo de drogas, os benefícios da guerra ou do consumismo, será lógico? E a pergunta seguinte: será legal? Como se coaduna a liberdade de expressão e de pensamento com os conceitos consagrados na constituição do nosso país? Não são questões pacíficas.
Escrever é fixar ideologia. Publicar em formato papel ou electrónico é divulgar. Mas publicar em formato virtual é entrar numa nebulosa de legislação omissa. O que se presta a abusos de poder por parte dos autores mas também das entidades que só podem actuar em propotência, considerando a enorme ignorância que o nosso estado ainda manifesta perante este novo poder. Por isso há processos a correr neste momento sobre blogs e publicações on-line. Por isso há questões eternas por parte de quem não tem alma para criticar considerando que não cumpre a pouca legislação que se atreve a emitir, desconhecendo a que devia produzir rapidamente (por exemplo, a salvaguarda de arquivos on-line institucionais, que deveriam entrar em depósito legal, como já faz o estado francês, para consulta das memórias nacionais).
Não gosto de censura. Obviamente que são necessárias regras para as comunidades humanas se organizarem, desde sempre. Obviamente que a liberdade não passa por agedir quem passe na rua só porque acordámos mal-dispostos. Mas passa talvez por poder ditar uma opinião sobre um assunto. E mesmo em circunstâncias em que se não concorde com a opinião emanada, julgo que ela deve poder ser publicada, terá apenas o público que com ela se encontrar. O restante, fará a sua avaliação e pelo menos saberá que há quem pense de determinada forma. Chama-se bom senso...
Num pais em que durante tanto tempo se esconderam livros proibidos, em que durante tanto tempo circularam ocultas opiniões diversas da oficial, em que o próprio contacto humano, o direito de reunião, a troca de impressões, era vedado, como permitiremos que voltem a ser activadas grilhetas anti-constitucionais ao pensamento e às novas formas da sua difusão?
Em nada que contrarie os direitos humanos e a constituição e legislação do país pelo qual SOMOS responsáveis, em nada que seja pouco digno para o Homem e o Planeta que habita, se deve exercer censura. Censura é um crime e dos grandes contra a Humanidade. Se a blogosfera serve para algo, que sirva para passar a palavra Liberdade.
Bem-vindos ao meio que assusta, de novo, o poder que não consegue ser exercido. Ou haverá outro motivo para proibir?
António José Forte, Uma Faca nos Dentes
A World Wide Web é, neste momento, o maior repositório de conhecimento humano, quer se goste quer não. Como numa gigantesca e anárquica biblioteca é necessário filtrar informação. A liberdade passa por escolhas, quer do lado do produtor quer do lado do consumidor. Mas aqui entra uma nova personagem, que pensei que já estivesse ultrapassada. Há vários tipos de censura. A auto-censura ou comedimento que podemos ter na escrita, em conteúdos e formas. A censura ética, ou seja, preocupações com meios de difusão de informação - como sejam a usabilidade e acessibilidade - ou tipo de conteúdos que possam ser mais ou menos relevantes, mais ou menos correctos. Também, a censura social: um blog feito para difundir as vantagens do consumo de drogas, os benefícios da guerra ou do consumismo, será lógico? E a pergunta seguinte: será legal? Como se coaduna a liberdade de expressão e de pensamento com os conceitos consagrados na constituição do nosso país? Não são questões pacíficas.
Escrever é fixar ideologia. Publicar em formato papel ou electrónico é divulgar. Mas publicar em formato virtual é entrar numa nebulosa de legislação omissa. O que se presta a abusos de poder por parte dos autores mas também das entidades que só podem actuar em propotência, considerando a enorme ignorância que o nosso estado ainda manifesta perante este novo poder. Por isso há processos a correr neste momento sobre blogs e publicações on-line. Por isso há questões eternas por parte de quem não tem alma para criticar considerando que não cumpre a pouca legislação que se atreve a emitir, desconhecendo a que devia produzir rapidamente (por exemplo, a salvaguarda de arquivos on-line institucionais, que deveriam entrar em depósito legal, como já faz o estado francês, para consulta das memórias nacionais).
Não gosto de censura. Obviamente que são necessárias regras para as comunidades humanas se organizarem, desde sempre. Obviamente que a liberdade não passa por agedir quem passe na rua só porque acordámos mal-dispostos. Mas passa talvez por poder ditar uma opinião sobre um assunto. E mesmo em circunstâncias em que se não concorde com a opinião emanada, julgo que ela deve poder ser publicada, terá apenas o público que com ela se encontrar. O restante, fará a sua avaliação e pelo menos saberá que há quem pense de determinada forma. Chama-se bom senso...
Num pais em que durante tanto tempo se esconderam livros proibidos, em que durante tanto tempo circularam ocultas opiniões diversas da oficial, em que o próprio contacto humano, o direito de reunião, a troca de impressões, era vedado, como permitiremos que voltem a ser activadas grilhetas anti-constitucionais ao pensamento e às novas formas da sua difusão?
Em nada que contrarie os direitos humanos e a constituição e legislação do país pelo qual SOMOS responsáveis, em nada que seja pouco digno para o Homem e o Planeta que habita, se deve exercer censura. Censura é um crime e dos grandes contra a Humanidade. Se a blogosfera serve para algo, que sirva para passar a palavra Liberdade.
Bem-vindos ao meio que assusta, de novo, o poder que não consegue ser exercido. Ou haverá outro motivo para proibir?
terça-feira, 21 de agosto de 2007
A gosto
A gosto se gerem dias quentes de vento e areia que prende nos cabelos. Não é Julho nem Setembro, é o irmão do meio que se chega a nós, depois de uma súbita hipótese de repouso e um tardio retomar de actividade. Todos os direitos e todos os cansaços, nenhuma legitimidade para queixas, todas as corridas sem trânsito parado, onde está o tempo que tanto engana neste estranho mês em que tudo está em espelho nas ondas rasas da madrugada?
Desconhecemos os cafés que fecham e as cadeiras que se encostam à grande cidade que repousa em silêncio de buzinas mudas e folhas de cadernos misturadas com pó de saudade e histórias que não foram, Agosto não é estação, é mês e dos grandes, onde tudo cabe, o que já foi e o que será - como Artur embarcando para Avalon ou Corto na sua Veneza redescoberta - quem parte consegue esquecer onde se situa, quem fica não está em lado nenhum. Nenhum.
Tempo para não mais retomar a necessidade de correr para nenhures, fazendo tudo o que é, em absoluto, dispensável. Devemos a nós mesmo a franca desonestidade de, em Agosto, nos retomarmos. Sem parar nada. Sem medo de planos. Sem medo de regras. Sem medo de nós.
Cidades perdidas com meninos inclinados, insustentável abandono do nada que nos é insuportável e cair nos braços da urbe e do seu estremecer de cria no parto para saber que queremos que nos façam voltar.
sexta-feira, 17 de agosto de 2007
Saiba
Saiba: todo mundo foi neném
Einstein, Freud e Platão também
Hitler, Bush e Sadam Hussein
Quem tem grana e quem não tem
Saiba: todo mundo teve infância
Maomé já foi criança
Arquimedes, Buda, Galileu
e também você e eu
Saiba: todo mundo teve medo
Mesmo que seja segredo
Nietzsche e Simone de Beauvoir
Fernandinho Beira-Mar
Saiba: todo mundo vai morrer
Presidente, general ou rei
Anglo-saxão ou muçulmano
Todo e qualquer ser humano
Saiba: todo mundo teve pai
Quem já foi e quem ainda vai
Lao Tsé Moisés Ramsés Pelé
Ghandi, Mike Tyson, Salomé
Saiba: todo mundo teve mãe
Índios, africanos e alemães
Nero, Che Guevara, Pinochet
e também eu e você
Arnaldo Antunes
segunda-feira, 13 de agosto de 2007
Stringfever
Às vezes desesperamos de encontrar algo diferente do comum nos nossos dias. Gosto de diferenças: fazem os indivíduos. Gosto de criatividade: gera cultura. Brincar é bom. Brincar com qualidade ou permitir que se brinque a partir de trabalho de excelência é raro. Conheçam estes senhores:
Esperar
"Esperar era compreender mais tarde os significados do dia anterior."
Morte e Nascimento de Uma Flor
Impaciente e irrequieta como uma criança em descoberta de tudo, corro demais e tropeço em mim. Sementes de pessoas, nunca estamos completos sós, corremos em busca do que não sabemos que nos falta, gritamos palavras belas - como liberdade, amor, rio, papoila, estrela, búzio, sorriso - desenhamos os gritos pensados na areia do desespero antes que a onda venha e inevitavelmente desmorone em lágrimas e espuma o pouco que contribuímos para a construção que queremos grandiosa de uma felicidade que nos faça ser.
Os caminhos são longos e calmos, têm flores nas orlas, cheiram a verão e a esperança, correr para quê, parar e olhar as estrelas que caem esta noite nas almas de quem sonha e amanhã - quem sabe - colher uma onda no peito e ser feliz. Esperar por quem nos pare e ensine que a vida é mãe e sábia, por isso tem dias e estações, regenera e oferece o calor depois do frio. Tudo renasce quando é verdadeiro. Na altura certa. Vale a pena esperar.
Morte e Nascimento de Uma Flor
Impaciente e irrequieta como uma criança em descoberta de tudo, corro demais e tropeço em mim. Sementes de pessoas, nunca estamos completos sós, corremos em busca do que não sabemos que nos falta, gritamos palavras belas - como liberdade, amor, rio, papoila, estrela, búzio, sorriso - desenhamos os gritos pensados na areia do desespero antes que a onda venha e inevitavelmente desmorone em lágrimas e espuma o pouco que contribuímos para a construção que queremos grandiosa de uma felicidade que nos faça ser.
Os caminhos são longos e calmos, têm flores nas orlas, cheiram a verão e a esperança, correr para quê, parar e olhar as estrelas que caem esta noite nas almas de quem sonha e amanhã - quem sabe - colher uma onda no peito e ser feliz. Esperar por quem nos pare e ensine que a vida é mãe e sábia, por isso tem dias e estações, regenera e oferece o calor depois do frio. Tudo renasce quando é verdadeiro. Na altura certa. Vale a pena esperar.
domingo, 12 de agosto de 2007
- Há muito tempo
Há muito tempo já que não escrevo um poema
De amor.
E é o que eu sei fazer com mais delicadeza!
A nossa natureza
Lusitana
Tem essa humana
Graça
Feiticeira
De tornar de cristal
A mais sentimental
E baça
Bebedeira.
Mas ou seja que vou envelhecendo
E ninguém me deseje apaixonado,
Ou que a antiga paixão
Me mantenha calado
O coração
Num íntimo pudor,
- Há muito tempo já que não escrevo um poema
De amor
Miguel Torga (1907-1995)
sexta-feira, 10 de agosto de 2007
Our left feet
Comunicar passa por sentir o outro, por esperar, por aguardar reacções e entendê-las. Tive formação teórica e tenho-a na prática pessoal e profissional. Nem sempre é fácil que nos entendamos, na diversidade da raça humana. Parece-me que o segredo estará na tolerância, no amor, em acreditar no outro, em nunca menosprezar nenhum esforço. E sempre que vejo este pedaço do fabuloso filme My Left Foot, as lágrimas contidas - não choro muito e só por motivos seleccionados - saltam como naturais, como natural é a diversidade e grandes são as conquistas de um conjunto que todos somos.
Ode a um caminho
Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.
A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós-próprios.
Suave é viver só.
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses.
Vê de longe a vida.
Nunca a interrogues.
Ela nada pode
Dizer-te. A resposta
Está além dos deuses.
Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração.
Os deuses são deuses
Porque não se pensam.
Ricardo Reis
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.
A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós-próprios.
Suave é viver só.
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses.
Vê de longe a vida.
Nunca a interrogues.
Ela nada pode
Dizer-te. A resposta
Está além dos deuses.
Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração.
Os deuses são deuses
Porque não se pensam.
Ricardo Reis
quarta-feira, 8 de agosto de 2007
Aquecimento global?
Febre no verão? Não são só as estações que andam trocadas, a febre, perdoem-me, era no Inverno, para ter direito a mimos de mãe e chocolate quente. No verão apanhavam-se búzios, não gripes. Há qualquer coisa de errado no Reino da Dinamarca, melhor tomar os ditos medicamentos e beber muita água. Divirtam-se por mim!
N.B. - este post poderá ser portador de vírus...
segunda-feira, 6 de agosto de 2007
SOS lezíria
É mais livre e maior o rio da minha aldeia.
Alberto Caeiro
Gostei da vista da noite para o dia. As cegonhas estão calmas, o arroz continua por lá, o telefone está perto, é preciso confiar. Os GPS ainda dizem que estamos fora de rota e a conduzir sobre as águas mas a orientação é a certa como em todos os caminhos que escolhemos. Afinal, são os nossos rios e nesta ponte apetece ter um furo - mal menor e suportável - para ver o verde enquanto se pede ajuda, ou não fossem as pontes elas mesmas as construções que nos levam de uma margem a outra de um mesmo rio sereno que nos conduz.
domingo, 5 de agosto de 2007
Que tudo quer, sempre alcança...
Podem confiar. Estou sã de espírito (tanto quanto...). Por isso mesmo decidi voltar a ter tempo para ler e reler o meu grande amor: histórias infantis. Hoje encontrei pela net The Little Engine That Could. Não prego nem acredito no sonho americano, acho que traduções literais são perigosas e perseguir a felicidade sempre me soou mal, ela chama pelo nosso nome na altura certa. Ser positivo é o lema desta história. Não, não é um livro de auto-ajuda mas fala de auto-confiança. Gosto de subverter sentidos, horários, regras. Gosto de virar o meu mundo e de compôr o meu canteiro pessoal. Como o comboiozinho da história, há dias em que descemos o monte e outros em que o conseguimos subir. Alguns são mais cansativos ou tomam conta de nós e só avançamos um bocadinho. Noutros, pequenas conquistas, passos pequeninos para não tropeçar, que nas bordas do caminho há sempre um malmequer que fala de quem nos apetece e casas caiadas de optimismo para repousar a alma. Quem tudo quer sempre alcança, não vale a pena pedir pouco da vida. Creio em impossíveis, sobretudo creio em mim e em duas características que adormecerão comigo: a vontade e a liberdade de ser eu mesma. Pode alguém ser livre? Pode. Podem confiar.
sábado, 4 de agosto de 2007
Fuga
Vontade de mergulhar, mare adentro, que a paz retira os ruídos.
Vontade de deixar o mundo e ser estrela colada às rochas tão simplesmente como alguém esquecido.
Vontade de ser búzio numa mão, não areia arrastada.
Vontade de fugir em busca de outra praia mais longe e mais longe, talvez a última onde se repouse.
Vontade de procurar malmequeres e estrelas da tarde.
Vontade de me deixar pescar por quem saiba reconstruir redes que se suportem sem magoar.
O que se faz a uma metáfora. Reconhece-se? Hoje sou tudo.
Vontade de ser livre de mim.
Vontade de deixar o mundo e ser estrela colada às rochas tão simplesmente como alguém esquecido.
Vontade de ser búzio numa mão, não areia arrastada.
Vontade de fugir em busca de outra praia mais longe e mais longe, talvez a última onde se repouse.
Vontade de procurar malmequeres e estrelas da tarde.
Vontade de me deixar pescar por quem saiba reconstruir redes que se suportem sem magoar.
O que se faz a uma metáfora. Reconhece-se? Hoje sou tudo.
Vontade de ser livre de mim.
quinta-feira, 2 de agosto de 2007
Elefante na sala
Está um elefante na sala e todos disfarçam. O mundo tem faces mais podres que uma maçã deixada numa rua de Lisboa a rolar em dia de calor, Agosto recém-chegado. Como estou de férias vi hoje dois noticiários e alguma publicidade pelo meio - interessa-me a publicidade. Não distingui bem os noticiários da publicidade, nos dois casos se vende uma verdade que não corresponde ao meu conceito, o meu alarme tocou, tudo era deslocado. motivações, temas, prioridades. Palavras como morte, guerra, fome, discriminação, violência, prepotência, serão alguma vez passíveis de eufemismo? Voltei a este universo onde se escreve o que se pensa e o que se sente, tenho sono e apetece-me lembrar que as forças se procuram quando menos esperança se tem e que nunca se deve desistir. Aproveitar a pausa e retemperar forças e argumentos. Aproveitar sabedoria e incentivo. Não se esqueçam de me acordar quando a paz chegar. E a verdade, a honestidade, a tolerância, a humanidade. Porque são sonhos legítimos, ou não deveremos desejar o óbvio?
"Vós que lá do vosso império
prometeis um mundo novo,
calai-vos, que pode o povo
qu'rer um mundo novo a sério."
António Aleixo
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