domingo, 9 de novembro de 2008

Pedido


Afinal o Papai Noel passou a chegar bem antes do São Martinho, sendo que este último só serve para comer castanhas aseadas em alumíno aséptico e água-pé de que ninguém já tem memória. Afinal a procura de um livro deriva em fuga por sobrevivência de um espaço comercial feito sala de visitas de famílias em gáudio projectista dos tempos que se aproximam. Afinal já é altura de ser egoísta de novo e de nos maçarmos a procurar presentes - nunca prendas - para os próximos alvos obrigatórios, sem nos termos desfeito dos primeiros. O Natal adora famílias mono-parentais porque há um limbo em que todos devem receber presentes, mesmo os ex. Classificados na onda moderninha de voluntariado, participaremos num ou dois eventos solidários. O São Martinho há-de trazer um sol discreto. Mas a depressão Natalicia instala-se e corre com os sorrisos. Em desconto. Em promoção. Comerciáveis. Renegociáveis. Divisíveis.

Faz-me falta o Natal da minha infância, em que importava sobretudo o colo onde se bebia o chocolate quente e o tempo de chegar era um tempo de paz, sem antecipações absurdas nem multidões histéricas.

Se alguém o encontrar, importa-se de mo devolver?

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