segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Todas as semanas são felizes

Na verdade, as segundas-feiras são iguaizinhas às de quando andava na escola ou às de quando corria de bibe sem horários e lanchava fatias de pão com manteiga e um copo de leite. Agora lancho café e um cigarro triste, se tiver sorte tenho companhia para as lamúrias da tarde, há sempre quem nos moa o juízo, há sempre pessoas erradas, o que nos dá, obviamente, satisfação.

Todas as semanas são felizes, oh, se são! Todas as semanas se começam limpas e livres de agruras, cheias de boas intenções, são os tempos modernos, nem chegamos ao início do ano para as boas resoluções, tem que ser na manhã de segunda, vou fumar menos, vou ser pontual, vou tirar umas horas para ir ao cinema, vou conseguir ir ver aquela exposição antes que fique uma intenção cheia de curiosidade, enterrada junto com as outras, vou almoçar aos meus pais.

Todas as semanas começam brancas, o primeiro jantar da semana, uma sopa de legumes quentinha, o meu filho feliz porque a Barca certa lhe levou o teste, abro uns mails com piadolas sobre o Magalhães, ouço um aluno a dizer que se manifesta porque os jovens deviam poder faltar (e podem, rapazinho, não têm é que faltar com o patrocínio dos encarregados de educação e do Ministério, boa?).

Esta semana será uma semana feliz, certamente. Estudarei os meus temas, pensarei nas minhas questões, assistirei às minhas aulas, lerei os meus livros. Talvez escreva mais um conto. Talvez me conte uma história. Era uma vez uma semana feliz, oh, tão feliz que ela era.

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