domingo, 12 de abril de 2009

Caça aos chocolates

Desde manhã à procura de sorrisos, foi um dia feriado com bastante trabalho, encontrar os meus pintaínhos onde eles se escondem, atrás de um sorriso forçado, num silêncio, no isolamento, no discurso que se sente estranho.

Em todas as idades somos equilibristas, procuramos os nossos chocolates na alma dos outros, os nossos doces são, realmente, os afectos, este dia foi uma corrida e o pensamento ainda me leva dianteira, os 42 anos pesam.

O meu cabrito de Páscoa foi um pato, o folar foi doce de morangos, os ovos estavam no frigorífico, muito obrigado, outros foram comidos dias antes e alguns da Kinder alegraram as crianças que já não o são.

A Páscoa era muito marcante na minha infância. Agora a infância fugiu-me e cuido dos que me cuidavam o melhor que posso, o melhor que posso, apenas. Que eles ainda me cuidam. Gosto de ver os bebés que carreguei a crescer e a escrever introduções de teses, a falar em Erasmus, a tirar cartas de condução e a ficarem quase todos mais altos que eu. Os que amo e com quem não estive fizeram-me falta, não porque seja purista destes dias simbólicos mas porque realmente os amo e gostaria de ter estado com todos, com todos.

Mas ouvi um riso de bebé e palavras doces pelo telefone. Escrevo agora a pensar neles desejando encontrar os chocolates que não tive hoje nos dias mais próximos. Nos nomes em que penso. Qualquer que seja a grafia.

2 comentários:

  1. Olá Maria.

    Já lá vai algum tempo.

    Belo texto. A o teu escrever dá-me um grande prazer ao ler. Gostei bastante do texto.
    Não comentarei o tema, pois não sou individuo de feriados ou festividades.

    Adorei a cara nova do blog (que provavelmente não será tão nova assim).

    Beijos

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  2. Olá, César, recriei o blog e depois fui de férias! Obrigado pela visita e um abraço. As festas não são tão importantes assim, as memórias são muito mais...

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