Já não tenho cigarros. Cheguei tarde de Portalegre, estou cansada, apetece-me escrever compulsivamente, apetece-me um abraço e já não tenho cigarros. Está frio em Portalegre, as aulas correm bem, há um divergir de mensagens que enriquece as nossas aulas. Nos dias de semana tenho muita companhia de bons colegas, já amigos, e embora não conheça muito do local, é onde está a casa do José Régio. A areia por lá já está explorada, mas há verde nas bordas da estrada, cegonhas no céu azul - está muito frio para as cegonhas e o céu muito azul - faltam as papoilas e as flores pequeninas amarelas e azuis que sempre lhes fazem companhia. Tarda a primavera. Vim ver os mails quando cheguei a casa e consultar alguns blogs de amigos e outros de pessoas que não conheço mas que acho interessantes. Não tenho mais cigarros. Faltam-me também as papoilas. Gosto de ter amigos muito diferentes como as flores que fazem companhia às papoilas quando chega a primavera e os campos do alentejo são tão bonitos que não apetece voltar para casa. Tenho frio e já não tenho cigarros. Acho que me vou aconchegar num menino bonito que não sei porque artes pus no mundo, tão bonito, tão bonito que vou sonhar junto dele com as papoilas que tardam e os cântigos negros e os amigos e os livros (tantos, tantos) que tenho para ler, mais que os de D. Quixote. O problema é que gosto de escrever e de fumar enquanto escrevo. Amanhã irei comprar cigarros e livros. Porque as papoilas e os amigos e a cabecinha que dorme sobre um urso e a que me vou abraçar agora já os tenho sempre.
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