Está quente em Lisboa. Céu azul, nuvens brancas rasgadas, bom para fotografar. Muitas crianças, muitas pessoas a lembrar um ano de sol intenso cortado pelo frio dos últimos meses. O Tejo brilha e é bom tomar café numa esplanada com amigos, tirar camisolas, andar ao ar livre. As cores estão brilhantes e o voo dos pássaros, na sua diversidade, parece um bailado. Os campos de minigolfe abriram em Algés, o Estádio Nacional já se enche de atletas amadores de convívio. As praias atraem os leitores de areia de meia estação.
Já em casa, sabe bem olhar pela janela e ver o verde muito verde, o azul muito azul, coelhinhos a sorrirem a espaços pelo campo fora e os meus velhos moinhos enferrujados a descansar do vento e da chuva, pás mortas. A casinha da quinta está vestida de branco sujo e tem o telhado amachucado. Ao longe são construídas casas para alguém habitar um dia. Miúdinhas flores amarelas estão por todo o lado. Os carros ficam fora das garagens, ao sol, à espera de mais uma saída de fim de tarde, talvez para trocar o rio pelo mar.
As canas abanam agora pachorrentamente a lembrar que devo voltar ao meu livro e parar de sonhar com papoilas e malqueres. Uma andorinha só ainda. Talvez a primavera chegue para a semana.
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