domingo, 16 de abril de 2006

Páscoa

Foi durante muito tempo uma época tão marcante como o Natal ou o Verão. As reuniões de família alargadas traziam no tempo mais leve o embalar das conversas de fundo dos adultos e das nossas corridas. As surpresas - cada ano, as surpresas - eram que em cada ano tudo era novo, até nós mesmos.
A calma dos nossos dias ao passar por estas quadras, vividas com menos intensidade, com o urbanismo de ter mais um feriado para acertar trabalho em atraso e fazer um ou outro programa breve, torna estes dias bastante mais transparentes para a geração nova. Para a nossa, certamente mais tristes.
O meu Pai continua a comprar-me ovos de chocolate - espero que não páre por eu ir fazer 40 anos - e a minha mãe a contar histórias de tempos passados e presentes, omnipresente, omnisciente de todos os sentimentos familiares, discreta e sábia, doce com todos.
O meu dia de hoje foi passado em família, mas mais centrado em organizações e programações de dias que hão-de vir. Não que o futuro não nos faça sorrir, mas há dias que deviam ser vividos por eles próprios e não como tempo livre para.
Chegou ao fim mais um período de férias escolares. Estamos numa primavera meio carrancuda, a arrancar papoilas difíceis por essas estradas e arco-íris que lembram roupas a pingar em varais fora de época.
Boa Páscoa. Feliz Primavera. Que venha o sol, já tardam sorrisos abertos.

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