Parece mesmo que espero que toque a campaínha de casa dos meus pais para que entrem as minhas amigas, trabalhos de grupo para acabar, testes de fim de ano, scones e chocolate quente servidos pela minha mãe, sempre na altura certa. Na verdade, a campaínha toca , mas quem entra são pessoas mais baixas que eu, quando todas eram mais altas, excepto os bebés, persistentemente deitados ou ao colo. De repente, a trovoada deve ter trazido 40 anos porque eu e os meus amigos temos até coisas inimagináveis como filhos, cabelos brancos, cansaços, trsitezas que não passam com um beijinho de mãe. Já não carpimos mágoas de paixões platónicas no ombro uns dos outros, já não vamos tantos, tantos, num carro só, para a praia, depois dos testes, já não trocamos roupas para sair, nem contamos a que soube o primeiro beijo.
De repente - não mais que de repente... - entraram pela campaíanha os amigos do meu filho, os meus sobrinhos, os filhos dos meus amigos, começo a ver umbigos sob t-shirts curtinhas e a ouvir vozes em mudança, os cabelos chegam ao meu, mais dois anos e volto a ver só pessoas mais altas.
A vida é supreendente e deve passar o tempo a pregar-nos partidas porque as horas paradas em que sonhamos ou os segundos de ver uma nuvem passar trazem-nos quatro décadas de uma assentada e - pim - mais uma rodada de pessoas no mundo, tão, tão iguais a nós. Um deles tem até os meus olhos e sonha demais. Talvez acorde amanhã com um ou dois filhos no berço ao lado e me vá ele passear de mão dada porque estarei eu a desaprender o andar, como eles começam.
Não há espaço para todos ao mesmo tempo neste nosso planeta tão pequenino. Mas é bom partilhar a vida, de forma harmoniosa, pés bem fincados no sonho para crescermos devagar, trocando todos de lugar como num jogo de cadeiras interminável. Certamente fazemos todos parte uns dos outro e as memórias colectivas criam-se com laços de afecto. Quando precisar de novo que me dêem a mão, vou aproveitar para pedir um beijo quando cair. Dá sempre jeito para remendar a alma.
De repente - não mais que de repente... - entraram pela campaíanha os amigos do meu filho, os meus sobrinhos, os filhos dos meus amigos, começo a ver umbigos sob t-shirts curtinhas e a ouvir vozes em mudança, os cabelos chegam ao meu, mais dois anos e volto a ver só pessoas mais altas.
A vida é supreendente e deve passar o tempo a pregar-nos partidas porque as horas paradas em que sonhamos ou os segundos de ver uma nuvem passar trazem-nos quatro décadas de uma assentada e - pim - mais uma rodada de pessoas no mundo, tão, tão iguais a nós. Um deles tem até os meus olhos e sonha demais. Talvez acorde amanhã com um ou dois filhos no berço ao lado e me vá ele passear de mão dada porque estarei eu a desaprender o andar, como eles começam.
Não há espaço para todos ao mesmo tempo neste nosso planeta tão pequenino. Mas é bom partilhar a vida, de forma harmoniosa, pés bem fincados no sonho para crescermos devagar, trocando todos de lugar como num jogo de cadeiras interminável. Certamente fazemos todos parte uns dos outro e as memórias colectivas criam-se com laços de afecto. Quando precisar de novo que me dêem a mão, vou aproveitar para pedir um beijo quando cair. Dá sempre jeito para remendar a alma.
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