quarta-feira, 7 de junho de 2006

Feira do Livro

Sempre gostei de ir à Feira do Livro. Em primeiro lugar porque achava fantástico - leitora compulsiva - aquela enorme área da cidade em overdose de livros e algodão doce. Em pequena, ia com um dos meus irmãos, mais tarde com colegas de liceu, amigos, faculdade, colegas de trabalho. É uma cenário que vai crescendo connosco, e as companhias vão mudando. Começa o rito de levar os filhos - o João foi em cadeirinha com menos de um ano.

Este ano, éramos três adultos e duas crianças, 40, 39, 22, 12 e 11. É um bom grupo. Ao algodão doce anexaram-se gelados, mais consumistas e menos poéticos. Pareceram-me presentes menos editoras e menos leitores. Estariam os lisboetas no Rock in Rio (Tejo) que se ouvia de lá? A limpar carinhosamente as televisões para acompanhar o Mundial?

Não trouxe grande espólio: dois pequenos livros de uma colecção de biografias da Quimera (Chagall e Picasso) e a minha sobrinha fez-me descobrir uma editora, Planeta Tangerina, de que gostei do nome, dos desenhos e da irreverência. Os livros que me interessavam para trabalho eram demasiado caros, mesmo em livro de dia, os que gostaria de comprar por puro prazer eram igualmente impraticáveis. No entanto, gosto de ter que subir um degrau para chegar aos expositores laterais das barracas e de correr atrás dos miúdos com sacos de livros.

Actualmente há Feiras de Livro um pouco por todo o país. Mas as subidas e descidas do Parque Eduardo VII em serões quentes e hiperpovoados de final de primavera, cigarros fumados a meio do percurso, brincadeiras e memórias, são insubstituíveis. Em cada stand, como formiguinhas ansiosas, percorremos os títulos, folheamos qualquer coisa e cheiramos o papel novo no meio dos jacarandás que nos lançam as suas flores em tapete, quando a brisa vem à Feira.

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