Numa, apenas uma, cortante, intensa, que acorde e tire os pássaros da memória, arranque o conforto do silêncio. Uma palavra única, quando o corpo pára, quando de dentro vem o grito que se não solta, inconformado. Uma palavra apenas num olhar, num toque, num cântico, num frio que passa e que dói, no tempo que já não é. Uma palavra que cai aos pés do desânimo no poço mais fundo de nós, no tronco mais escuro da árvore que se abraça porque mais ninguém perto. Uma palavra repetida e oca, vazia de tudo, uma falta, alguém que se perdeu pelo caminho de todos. Uma dúvida. Uma paixão. Um medo. Uma vida. Como um fio que ata o que se não disse e o que se não quis ouvir. Talvez uma ponte.
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