sexta-feira, 23 de março de 2007

Café?


Fundamental nos nossos dias, histórica bebida, integrou a linguagem corrente de forma divertida. "Ir tomar café" não significa necessariamente virar os pés ou o volante para uma esplanada e subir alegremente a tensão arterial ou pela quantidade de vezes que usamos esta expressão teríamos alegres potenciais doentes de Parkinson a tremer pelas ruas. Basicamente café passou a ser sinónimo de estar com. E estar com é são, faz bem à saúde, não tem efeitos vaso-constritores nem provoca arritmias (depende obviamente de com quem se esteja).
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Estar com é um hábito fantástico que descomprime os nossos dias mais conventuais que desejaríamos, mas orwellianos que assumimos. Ritmos bastante impostos, horários, os meus, os teus e os nossos, que desgraça, que mundo e que tempo nos sobram. Vamos tomar café?
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As casas afastaram-se ou afastaram-nas, é tão rápido o percurso até às nossas aulas, aos nossos trabalhos, às escolas dos nossos filhos, porque não o será até à casa de quem morremos de saudade e com quem nos penduramos ao telefone durante mais tempo que o caminho exigia para abraçar?
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Restam-nos os cafés para tomar realmente ou não. Devem estar todos a meio caminho das vontades e dos afectos. Parece-me bem, visto que gosto cheio e sem acúcar, os sabores da vida são para apreciar em pleno e não adulterados. Sempre, em boa companhia. Temos tempo para dormir quando estivermos mortos...

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