sexta-feira, 16 de março de 2007

Social?


Andamos mal informados... Com as novas correntes de informação on line, qual o papel da imprensa escrita? O mesmo de sempre, poder-se-ia responder. Mas seríamos talvez cínicos de mais. Todas as manifestações de liberdade de expressão seriam fantásticas se as deixassem ser. O dinheiro continua a fazer o mundo andar à volta e as pressões de poderes desconhecidos agitam as cabeças que nasceram sem pontos de interrogação. Reparem: não discrimino aqui quem não tem preparação para separar o correcto ou o verdadeiro nalguns casos. Eu não saberia distinguir a precisão de um artigo sobre economia ou medicina. Mas há o chamado bom senso, que passa por questionar. Por pensar, em suma, sobre tudo o que está impresso nas folhas que nos gastam o olhar e a paciência e que acabam por forrar o caixote do lixo, eventualmente sobrando um ou outro recorte.
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Gosto de ler. Gosto medianamente de estar actualizada. Não tenho paciência nem tolerância para que me actualizem. Nesta corrida de fundo que são os nossos dias, não somos receptáculos de informação, também os computadores não saltam de contentes se lhes instalarmos o Windows Vista e continua-me a parecer que o frigorífico cá de casa não fica mais eficiente a conservar uma alface ou um bife.
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Nem tudo passa pelos conteúdos, então, mas pela forma crítica como os devemos receber, para isso temos algo dentro da caixa craniana. E cada vez mais me desgosta a forma como a informação é dada, com certezas, com estatísticas, com assinaturas de renome e a retalho.
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Leio poucos jornais. Não comprei o Sol no fim de semana passado, não me interessa a infância de José Sócrates, talvez lesse uma biografia de Mozart e me entusiasmasse mais. Por vezes questiono-me se o defeito é meu e dou pouca importância ao que chamamos "actualidade". Não me parece. Simplesmente filtro informação. Nem tudo o que é escrito é verdade. Nem falo aqui de outras fontes de informação actuais, mais mediáticas. Mas do poder da palavra escrita. Porque está fixa. Pode ser medida, pesada, analisada. O problema é que não o fazemos. E só criando rupturas se pode avançar sem andar em círculos.
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Comunicação social? Pois, pois.

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