Não falo da banda desenhada. É que há amigos mesmo fiéis e cidadãos por mérito, mesmo de quatro patas. Infelizmente nem sempre se tem sensibilidade e conhecimentos para dar valor ao profissionalismo. É de justiça, depois de alguns anos de contacto e de alguns dias de trabalho mais intenso, que divulgue o que pelos visto não é do conhecimento comum.
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Pode-se obviamente ler o texto legal (legal mesmo, somos fantásticos a legislar, o pior é o resto...): DL 74/2007. E parar para pensar. Quantas vezes já passámos por entradas de locais de utilização pública em que à porta se encontra um simpático e desactualizado sinal de proibida a entrada de cães? Pois é. Muitas. Ora esse sinalinho tem uma parte debaixo que os normovisuais parecem não querer ver. E essa parte debaixo deve dizer: "excepto cães-guia ou cães de assistência, de acordo com o DL 74/2007". Porque estão a trabalhar e têm carteira profissional adequada que o comprova. Em situações extremas e para quem não saiba, pode-se chamar uma autoridade e multar a entidade que se recuse a admitir a sua entrada.
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Os cães-guia são criados e educados em escolas próprias, como os cães de assistência. São fundamentais para a autonomia dos seus utentes. E são educados para estar em qualquer local, utilizar qualquer transporte, ser - sim - transparentes enquanto estão a trabalhar. Um cão-guia ou de assistência está preparado para nunca atacar um ser humano. Um cão-guia ou de assistência sabe que se tem a "farda" vestida tem um comportamente diferente de quando está em folga ou em repouso. Não é para dar bolachinhas nem para fazer festinhas nem para distrair: não são brinquedos. O que não quer dizer obviamente que não se possam fazer perguntas aos seus donos e pedir licença para lhes tocar. Mas deve-se mesmo pedir licença. Ou alguém faz festinhas num carro sem primeiro ter a delicadeza de se dirigir ao proprietário?
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Há situações em que deparo com faltas de (in)formação graves. Esta é uma delas. Quem tiver a paciência de ler estas linhas pense duas vezes antes de desrespeitar um percurso, um trabalho, uma dignidade. Porque há humanos menos profissionais...
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