terça-feira, 12 de junho de 2007

Já é tão amanhã!

coelhinho branco da história de Alice no País das Maravilhas, com relógio
E ninguém deu por nada, sol e sombra - desculpem o meu imaginário ribatejano - que se confundem quando os sapatos ficam esquecidos à meia-noite transparente de dia nenhum e os reencontros adiados em procuras. Também, para quê viver sempre dias iguais? As rotinas matam, uns dias libertamo-nos pela ilusão, outros pelo trabalho, as noites servem para escrever, para ler, para amar (para dormir?), para fumar mais um pouco de stress enquanto não for proibido o fruto de todos os males.
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Ponteiros apontam o que vemos ou que queremos, controlam ou deixam descontrolar. Estou atrasado (bem mais grave no feminino), muito atrasado, para viver. Como numa lengalenga de dissabores, as nossas vidas enchem-se de minutos cada vez mais apertados até nos encontrarmos libertos num abraço sem tempo, num espaço ficcionado (do lado de cá do muro, tudo parece mais rígido, contornemos).
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Em suma, aquela história do primeiro dia do resto das nossas vidas não é mais que uma ironia, mesmo um cinismo, o tempo não existe, o tempo é o que queremos fazer dele, ou o que queremos fazer de nós. Formigas no carreiro? Sem percurso traçado, por favor. Rotinas não seguram, raízes, sim. E essas são eternas.

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