quarta-feira, 11 de outubro de 2006

Aos molhos


"Publique a fama os vivas do Alecrim, que triunfou de tantos impossíveis."

António José da Silva, 1737.





Não há pois impossíveis, para mim ainda estão para vir, possíveis são sorrisos e cultura e crianças e gargalhadas fortes e muita música e muita qualidade. Hoje seria violenta com quem dissesse que não se trabalha em Portugal e nada se faz pela cultura. Que não os donos da nação, mas os seus filhos, os que hoje ensaiaram à porta aberta no D. Maria II, guerras de amor e de flores-de-cheiro, rebentos de mensagens a transmitir a (tantas, cada vez mais, mesmo em dias de aulas e trabalho) crianças, nós todos, afinal, a perseguir mensagens de quem sofreu e lutou e foi torturado pelas suas convicções e continuou a falar de amor e de batalhas válidas (as únicas) em que os bichos que somos se atraem e se consomem. Cansada, bato as últimas palmas hoje aos trabalhadores que também suam e são sérios, a cultura não é ópio nenhum, não havia por lá papoilas, nem merecem esse estigma, tanto vermelho merece bom tratamento e tanta fragilidade cuidados. Alecrim e Manjerona, mal-me-quer-bem-me-quer, brincar aos amores em tempo de guerra, pausar a vida para reverenciar um século XVIII que não era meigo, o XXI também não, mas em que o amor, o amor, merecia bem arriscar a vida, causa justa entre as mais justas. No fundo, a única, perdoem-me a simplicidade (ou a paixão).

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