quinta-feira, 20 de julho de 2006

Brigadoon

Em 1954, Vincent Minelli Realizou Brigadoon, mais um musical, mais que um musical. O mistério da Europa, os segredos da Escócia, uma comunidade separada 200 anos (fora do tempo) por uma ponte, o amor como ingrediente.

Como tantas histórias - até o ratinho do campo e o ratinho da cidade - perderam-se no tempo as raízes e o sentido, jaz o seu autor, sem nome - não anónimo, palavra de que gosto cada vez menos - mas abafado entre uma raça de homens com imaginação para sonhar e idealismo para extroverter os seus sonhos.

Esta lenda - da ponte, portanto - faz parte de uma série de lendas (medievais?) em que as pontes apareciam e reapareciam. Por amor, sentido lado. Como a de Avinhão, construída até meio por Bénezert e pelos seus pobres mas que ficou sem a metade que competia construir aos ricos para a aproximação dos homens e para que se realizasse a solidariedade pretendida.

Pontes são ligações de tempo, de espaço, de intenções, de homens. São esforços de vidas, quase sempre - raras são as construções que poupam vidas. São arte porque tão definitivas aos nossos pequenos olhos de homens que as pretendemos grandiosas e visíveis.

São em forma de arco-íris, de dia, e de presépio, de noite. São, sempre, em forma de sonho.

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