sexta-feira, 28 de julho de 2006

Sinais de Fogo 2

". . . I’m standing on the edge of some crazy cliff. What I have to do, I have to catch everybody if they start to go over the cliff—I mean if they’re running and they don’t look where they’re going I have to come out from somewhere and catch them. That’s all I’d do all day. I’d just be the catcher in the rye and all."

Outros autores, outras culturas, a mesma infância confusa, deslocada. Salinger, neste caso.

“Todos reconhecem os direitos de Pedro Bala à chefia, e foi desta época que a cidade começou a ouvir falar dos Capitães da Areia, crianças abandonadas que viviam do furto. Nunca ninguém soube o número exacto de meninos que assim viviam. Eram bem uns cem...”

Também Jorge Amado com Teresa Batista, com os Capitães de Areia, meninos de rua da Bahia, década de 30, crescidos na luta e no amor, Capitão Pedro Bala, Camarada Pedro Bala, qual a diferença de sonho?

Infâncias marcantes, infâncias conscientes, a versão banda desenhada é igualmente crua, não é à toa que os personagens mais marcantes da BD de intervenção são crianças ou jovens, lutas de identidade e de identificação, sempre, num real de que se destacam e com que não se identificam, de que se sabem prisioneiros porém...






Corremos para quê, quando crescemos? Paramos para pensar em quê, contra quê reagimos, quando o mundo é mais forte que o sonho de ser diferente, de ser único, de ser feliz? No entanto, cada geração continua o processo de crescer contra algo, de manter o idealismo e a pureza de um estado que se pretende eterno contra as intrusões que - sabemos - já estão em nós à partida.

Resta continuar o caminho, sorriso rasgado, baralhar a vida seja como for, cultivar Peter Pan e a Terra do Nunca, mesmo que fique dentro de nós.



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