sábado, 1 de julho de 2006

Paixões portuguesas

Vês, meu Bébé adorado, qual o estado de espirito em que tenho vivido estes dias, estes dois ultimos dias sobretudo? E não imaginas as saudades doidas, as saudades constantes que de ti tenho tido. Cada vez a tua ausencia, ainda que seja só de um dia para o outro, me abate; quanto mais hão havia eu de sentir o não te ver, meu amor, ha quasi três dias!

F. Pessoa

Não há outro país assim, é a paixão que nos move... Pedro e Inês, Mariana e Simão, Mariana Alcoforado, Florbela Espanca, Fernando e Ofélia.

Portugal é feito de paixões, apropriado o mar perto, o sol quente, os céus benéficos à limpidez da visão e da alma, a terra e as gentes de coração quente e irrequieto.

A motivação, dedicação, criatividade, o sorriso louco e os olhos que brilham, sermos físicos, sermos infantis, sermos doces, sermos loucos, tudo parte da paixão que vivemos e cantamos ou sufocamos, porque queríamos, como bons portugueses, "dizê-lo cantando a toda a gente". Está na nossa História, na nossa Literatura, na nossa Música, no nosso ser, nas nossas vidas. Só não ama quem não é, quem não vive.

Intensos todos, hoje, coração nas mãos. Os portugueses dão a alma e o corpo a tudo o que se aproxime vagamente de um sentir apaixonado. Mesmo um jogo de futebol... E se há lições a assumir em cada dia é que hoje estivémos todos assexuadamente embevecidos por Ricardo - nem Freud explicaria, mas sorriria, certamente...


Precisamos de motivos para caminhar. E os portugueses - felizmente - não andam com pés mas com alma. Por isso, quando queremos muito, somos felizes.

"Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure."

Vinicius dixit, os portugueses vivem assim...

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