sexta-feira, 22 de setembro de 2006

Beijos do céu

Chuva toda a manhã, gotas de água nos cabelos, no chão, na roupa, arrepios que nos fazem sentir vivos e correr porque a vida não parou e voltaram os lagos no chão com reflexos de saltos onde nos vemos sempre com menos uns quantos anos. Os pais agora não ralham mais, molhamo-nos à vontade, o frio que passa pelo corpo é na medida desejada, a chuva acorda e renova(nos). Beijos do céu, claro, nada de lágrimas, o que a natureza dá é sempre uma forma de amor. É bom estar vivo e sentir. É urgente, mais que um barco no mar, estar disponível para navegar pelos anos que não passam e acolher o carinho das nuvens que voltam e fazem bonecos no céu.
O sol aquece - há sempre um abraço do sol - e acarinha, com ou sem arco-íris, é um caso de amor sério entre os raios de sol e as gotas de chuva quando nasce um arco-íris, é sempre um descontrole de beleza. Aprende-se a amar em tudo e em cada coisa, em cada pecinha do mundo, compondo e descompondo emoções. Nunca separar nada nem desperdiçar nada, muito menos todo este amor que escorre do céu e faz os campos férteis, música de xilofone nos vidros e nos telhados ou carícias que escorrem pelos sorrisos que se abrem ao calor que, sempre, vem depois.
Como um projecto, como um sonho, como uma paixão.

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