domingo, 3 de setembro de 2006

São rosas


Nem sempre, misturadas com arroz, podem desejar felicidade e fertilidade. Podem ser pão para a alma, de forma incoerente (as flores pertencem aos campos que somos). Ter espinhos e ser egoístas, como a do Principezinho. Não são necessariamente símbolo de amor, em ramo, ou de prosperidade, em pétalas de dias especiais. Flores são flores, como pessoas são pessoas. Cada flor pode ser um sentir, cada pessoa é sempre uma história única. Como hoje a que ouvi, sempre em universos paralelos, numa situação relativamente formal, de alguém que também já apanhou pétalas e arroz há muito tempo e está fixo a uma condição injusta (ver alguns posts abaixo a discussão sobre a recente lei 44/2006) a tocar o indigno. Lembrando um dos comentários que tive o gosto de ler porque muitíssimo bem preparado, não são as leis causa efeito de justiça social, como não são rosas, Senhores, necessariamente, o pão que desejamos partilhar. Divago cansada depois de um dia cheio de experiências fortes, retendo, como as flores, as gotas da chuva de ideias que não caíu mas que me banhou no calor e na confusão de gentes deste reino onde nada há de novo a não ser que todos os dias nos surpreendemos e encontramos mais uma história de coragem, desta vez de uma rosa chamada Paula. A ela, como a todos os que me fazem ter consciência da necessidade de lutar, a minha admiração e o meu obrigado. As pétalas e o arroz, pão e circo de que nos alimentamos de quando em vez, por motivos de sobrevivência, é preciso acreditar, deve-se acreditar nos sonhos de todos, esse direito não há legislação que nos tire nunca mais. Nunca esquecendo os sonhos que foram cortados como as rosas das pétalas na mão do João, hoje. Esses, para pensar, preparação de agir. Talvez seja por isso que prefiro papoilas.

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