sábado, 11 de abril de 2020

À espera.

Sábado de Aleluia e nós todos à espera do Milagre. De todos os Milagres. De um Deus que nos salve, de um mundo que se redima, de pessoas mais compassivas. De doentes que recuperem. De mortos que deixem nas famílias boas memórias e uma dor que vá passando... 
Todos à espera que o ano de 2020 seja uma Páscoa. Que haja, no fim de tudo, sorrisos. Porque as lutas que se travam honestas e frontais contra os inimigos imprevisíveis têm direito a finais felizes. A História não é uma reta. Há momentos duros mas há momentos felizes, oh, claro que há e vai voltar a haver momentos de riso. 
Não somos inconscientes. Escrevo enquanto tenho um amigo a lutar pela vida num ventilador que não sei se lhe vai ser útil para ficar aqui neste mundo. Mas acredito que pode ficar, sim, mais um tempo junto dos seus amigos. E que no fim haverá abraços cansados mas abraços apesar de tudo.
Um ano de Páscoa. Como ontem no Vaticano em que os heróis foram médicos, enfermeiros, voluntários, em que os testemunhos foram todos ligados à realidade prisional. Não somos presos a tantas coisas, aos nossos defeitos, aos nossos egoísmos, não os gostaríamos de mudar para qualidades? Não somos tantas vezes apressados a julgar, mesmo agora quando vemos os telejornais e julgamos e criticamos com tanta fluidez quem está em cargos de responsabilidade e certamente dor que nem de perto imaginamos?
Uma longa Páscoa. Talvez a mais significativa das nossas vidas.

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