sexta-feira, 25 de agosto de 2006

Interrogações ou dúvidas?


A mesma marca, significados bem diferentes, nem sempre reflectidos. Usamos e abusamos das palavras com vulgaridade, com leveza. Interrogar é perguntar, questionar(se), ir à procura de uma resposta (ou não) num caminho conhecido ou desconhecido, voluntário, intuitivo, sem garantias, de qualquer forma. A dúvida essa, está um passo antes, perde aos pontos, é uma forma de consciencialização de ignorância que até pode nem ser. Fica fechada numa caixa dentro de nós, a moer, a doer, não dá frutos. É um círculo que vem dar ao não-resultado de uma não-resposta ou de uma angústia. Interrogar produz sempre um confronto entre o que se tem consciência de existir - mesmo que não sabendo bem onde ou como - e a(s) resposta(s) que nos predispomos a ouvir e analisar. Implica um espírito coerente, filosófico. Qual dúvida metódica... Interrogar é enfrentar o que sabemos, o que não sabemos, o que está no outro, na pessoa, no livro, no horizonte a que apresentamos a dúvida corrosiva. Interrogar é produzir conhecimento.

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