sábado, 19 de agosto de 2006

Saber por onde andamos


Só se lembra dos caminhos velhos
quem tem saudades da terra.


O Instituto Geográfico e Cadastral, de boa memória, era junto à Estrela. Nele trabalhou o meu Pai durante anos, nunca gostou de trabalho de secretária, mas de trabalho de campo, de meter os pés ao caminho e descobrir rotas e trilhos e estrelas, que orientassem ou desorientassem, para outros caminharem com segurança, receio ou certeza. Nunca soube ler mapas, nem os do meu Pai, menos ainda os quadros parietais que eram uma predilecção da Sra. D. Manuela, que desesperou a tentar ensinar-me os nomes dos rios e as linhas de caminho de ferro. Nunca soube dobrar mapas como manda a lei (supostamente têm uma lógica, terão lógica os nossos percursos?). Hoje o meu Pai já não faz mapas, mas continua a enviar os filhos e os netos por caminhos de descoberta. E nós, claro, vamos à procura...

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