quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

Verde oliva de flor nos ramos

Somos filhos da madrugada,
Pelas praias do mar nos vamos,
À procura de quem nos traga,
Verde oliva de flor nos ramos.

Navegamos de vaga em vaga,
Não soubemos de dor nem mágoa;
Pelas praias do mar nos vamos,
À procura da manhã clara.
(...) Onde o vento cortou amarras,
Largaremos p'la noite fora;
Onde há sempre uma boa estrela,
Noite e dia ao romper da aurora,
Vira a proa minha galera,
Que a vitória já não espera;
Fresca, brisa, moira encantada,
Vira a proa da minha barca.
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José Afonso, Canto Moço.
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Renascer, sempre, no tempo frio o calor é nosso, o tempo das flores quando o quisermos. Quebrar amarras é periódico, rumar a novas paragens não é necessariamente mau, pode ser uma descoberta. Sigo para Portalegre, o frio vai-me acompanhar. Vozes ao telefone acompanham-me também, acolhem-me já, trabalhos em curso, ser equipa é ser amigo e solidário. Vou descobrir o que não se vê pela mão de quem não vê da mesma forma. De quem ouve e canta e cheira e toca na flor dos ramos, que o essencial é, em definitivo, invisível. Os corações falam sem voz. De azul puro se vestiu o céu, bela manhã de Outono para os filhos da madrugada que aproveitam os dias. Bela manhã de Outono para, como em todas as manhãs em que temos força, virar a galera e rumar onde o coração nos leve.

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